quarta-feira, agosto 30, 2006


SOLIDÃO QUE PASSA...

Sabe-se lá por onde anda a solidão...
Despediu-se sem dizer adeus, foi-se embora sem olhar pra quem ficou...
Olhar distante de tempos outros, história antiga que não volta mais.
Dizer do tempo que se foi em prosa, chapéu de couro, cigarro de palha, casas antigas, gente de verdade...
De volta, chega à cidade, solidão tardia, sem fazer alarde.
Vem solidão! Não foge a tua raiz...
Segue o rumo da tua estrada, chega mansa, na porta da Igreja Matriz.
Sonha pouco e não grita, é tarde, é noite que limita e te acalma a alma...
Vem e avança, mas volta pra terra firme, longe da roça. Ah solidão, renasce... Revigora o teu viver, que com o tempo passa...
Dias e noites naquela praça, relembro o antigo momento do reencontro.
Nada mais é igual...
Sonhei um dia seguir contigo, mas teu desejo era ser só.
Mais que desatar os laços da esperança, desatastes também os nós.
Mas deixaste "um", na garganta, sem ter pena, sem ter dó!
Fiquei à tua espera, caminhando sem destino...
Que pena, o tempo voa, já não sou mais um menino...


Juliana Amorim - Agosto de 2006 . Inspirada numa noite fria, escrevendo um poema sem nexo, com verso, criando sempre para enobrecer o bem viver. Espero que entendam o meu querer! B-Jú.

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