Meus dias tristes, minha solidão perdida...
Minha angústia calada, doída, sofrida, injusta e amarga.
O julgamento oportuno, o abandono da alegria pela passagem da mágoa, que insiste em manter-se mais que presente nas sombras da dúvida de quem a sustenta.
Minha dor, melancolia, traz de volta a paz que tive um dia, o sonho sonhado e idealizado por quem me falava de amor...
Me faz esquecer que não serei lembrada pelos erros que cometi, pelo não cumprimento do sonho, pela razão que me deixei levar, seguindo por outros mares...
Consola a dor de quem faz doer em mim a triste renúncia, a culpa de algo que não foi vivido sozinho...
Enquanto foi amor o perfume era da flor, que mesmo roubada, trazia emoção...
Hoje, somos folhas caídas no chão, sopradas pelo vento, sem direção... Dor não combina com amor, é transtorno, tempestade, trovão...
Que seja guardado o bom da vida, que não haja solidão, que eu seja digna, sem precisar do perdão, porque esse direito, não é seu nem meu não...
Que a felicidade seja brindada um dia e que o hoje seja para sempre esquecido, para não haver lágrimas nem ressentimento, porque isso não está em mim, não cabe em meu peito...
Juliana Amorim - 13/12/2006
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